escrito em 2000, publicado n'A Patada em 23 de novembro de 2003
Fim de tudo, término do mundo
Vontade de sumir, desejo de desaparecer.
Afrodite enfurecera, virara Medusa,
Mirou o peito; pobre coração
Inocente, correspondeu ao olhar:
Petrificou-se.
Prefere agora a neve ao raio de sol
O breu à vela
O luto ao sorriso.
De nada serve chorar
Se adiantasse, de lágrimas seriam feitos
Os rios e lagos,
Somente chuva haveria, pranto dos céus.
Lamentos de santos e deuses
Soluços de anjos e ninfas
Só alegradas pelos acordes
Dos fios de mui poderosa harpa
Tocando envolventes baladas
Inebriando todos os sentidos e, aos poucos,
Lapidando novamente o imo
Flamejando-o, dando-lhe pulso, energia restauradora.
Mais uma vez a esperança,
A crença numa eventual generosidade do destino
Esse mesmo, de espírito ladino
Serelepe feito menino
Traiçoeiro tal qual a ação de um lupino
Deixando uma alma à deriva
Num mundo lupino, menino, ladino
Sozinha...
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