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terça-feira, 1 de maio de 2012
eu e o mundo
da sacada do edifício
era eu e a metrópole
barulho, luz, movimento
uma multidão de solitários
buscando o que fazer
do quintal do interior
sou eu e o universo
a natureza em sua maior forma
e os muros
não sei qual é maior.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
je perdue
J'ai perdu ma chance
J'ai perdu confiance
J'ai perdu la tête
J'ai perdu le do de ma clarinette
J'ai perdu tout ce que j'aimais
J'ai perdu le goût et tout un pan de la vie
J'ai perdu ma fille à la naissance
Par délicatesse et avec élégance j'ai perdu ma vie
J'ai perdu mon sac
Je me suis perdu
Je suis perdu
* poemeto feito a partir de resultados de uma busca por "j'ai perdu" no google, após eu conferir se existia a expressão "je perdue" e perceber que havia entendido e escrito errado. sou debutante no francês, podem corrigir o que ficou non sense. se bem que, em se tratando de poesia, já se sabe.
J'ai perdu confiance
J'ai perdu la tête
J'ai perdu le do de ma clarinette
J'ai perdu tout ce que j'aimais
J'ai perdu le goût et tout un pan de la vie
J'ai perdu ma fille à la naissance
Par délicatesse et avec élégance j'ai perdu ma vie
J'ai perdu mon sac
Je me suis perdu
Je suis perdu
* poemeto feito a partir de resultados de uma busca por "j'ai perdu" no google, após eu conferir se existia a expressão "je perdue" e perceber que havia entendido e escrito errado. sou debutante no francês, podem corrigir o que ficou non sense. se bem que, em se tratando de poesia, já se sabe.
sábado, 19 de junho de 2010
Radical
Numa coluna da casa
Há a raiz de uma árvore
Podada
A cada estação cresce a árvore
E mais uma vez é
Podada
Abaixo da casa
Há uma fundação
Perfurando o solo
A erguer a construção
A raiz disputa lugar com a fundação
A raiz - orgânica - fere a fundação
Acha nutrientes no solo
Para crescer a árvore
Pela coluna da casa
Desce uma canaleta
Na chuva jorra água
Escoa pela ardósia
E some pelo ralo
Um pouco da água não desaparece no ralo
se espalha pela ardósia - prévio solo rígido - e na fissura do piso, em torno do caule
Se esvai
pela
fundação
atinge
o
solo
A água de cima
junta-se
ao solo de baixo
Motivam a raiz a alimentar a planta
E fomentam a guerra - raiz contra fundação
A raiz luta contra a fundação da casa
Vence
Vitorioso, cresce o caule
Com tímidos galhos
Folhoso verdejante
Vitorioso, logo
Podado
O sol ilumina a casa e as folhas
A casa estagnada não progride
As folhas iluminadas alimentam
A planta que progride
Podada
O que vem do alto e do fundo
É pela planta
O que fica no meio, estático
É pelo homem e para ele
Não para a humanidade
A raiz é fundação da árvore
Ainda projetada, inexistente
Abstrata e desarmada
O concreto armado é fundação da casa
Raiz vence concreto
Árvore não vence casa
Raiz, vens de baixo
Eu, coluna, ergo-me acima
orior supra ergo sum
Não queira deslocar-me
Oprimo-te em prol da casa
Vitorioso homem sobre natureza
Se acaba o homem, perde a casa
Há a raiz de uma árvore
Podada
A cada estação cresce a árvore
E mais uma vez é
Podada
Abaixo da casa
Há uma fundação
Perfurando o solo
A erguer a construção
A raiz disputa lugar com a fundação
A raiz - orgânica - fere a fundação
Acha nutrientes no solo
Para crescer a árvore
Pela coluna da casa
Desce uma canaleta
Na chuva jorra água
Escoa pela ardósia
E some pelo ralo
Um pouco da água não desaparece no ralo
se espalha pela ardósia - prévio solo rígido - e na fissura do piso, em torno do caule
Se esvai
pela
fundação
atinge
o
solo
A água de cima
junta-se
ao solo de baixo
Motivam a raiz a alimentar a planta
E fomentam a guerra - raiz contra fundação
A raiz luta contra a fundação da casa
Vence
Vitorioso, cresce o caule
Com tímidos galhos
Folhoso verdejante
Vitorioso, logo
Podado
O sol ilumina a casa e as folhas
A casa estagnada não progride
As folhas iluminadas alimentam
A planta que progride
Podada
O que vem do alto e do fundo
É pela planta
O que fica no meio, estático
É pelo homem e para ele
Não para a humanidade
A raiz é fundação da árvore
Ainda projetada, inexistente
Abstrata e desarmada
O concreto armado é fundação da casa
Raiz vence concreto
Árvore não vence casa
Raiz, vens de baixo
Eu, coluna, ergo-me acima
orior supra ergo sum
Não queira deslocar-me
Oprimo-te em prol da casa
Vitorioso homem sobre natureza
Se acaba o homem, perde a casa
quarta-feira, 24 de março de 2010
Póstumo
publicado n'A Patada em 25 de fevereiro de 2004
................
O que mais machuca perante a morte é a triste e desesperadora sensação de não ser mais possível matar as saudades do ente querido que se foi.
................
Ah, se eu pudesse
uma última vez estar contigo
Bater um papo, jogar conversa fora
E saber como anda a tua vida
Ah, sim, eu queria
Dar-te um último grande abraço
E aproveitar mais um momento
Antes de tua precoce partida
Assim, hoje eu estaria
Muito menos desolado e arrependido
Por não acreditar que esses
Teus últimos dias seriam
A Si Deus acolhe
Todas as almas bondosas como a tua
E tão evidente chega a parecer
O teu papel entre nós
Há, sim, a certeza
De que ajudaste a salvar uma vida
Cuja difícil missão será, sozinha
Fazer crescer vosso jovem fruto
A simples passagem tua
Por nossas pequenas existências
Ficará marcada em nossas memórias
Como ferida aberta pelo destino
Assino, com muito carinho
Essa despretensiosa homenagem
Com uma lágrima no rosto
E uma imensa saudade no coração
E que Deus abençoe a todos nós.
Em memória de Celso Mendes dos Santos
Da desilusão
escrito em 2000, publicado n'A Patada em 23 de novembro de 2003
Fim de tudo, término do mundo
Vontade de sumir, desejo de desaparecer.
Afrodite enfurecera, virara Medusa,
Mirou o peito; pobre coração
Inocente, correspondeu ao olhar:
Petrificou-se.
Prefere agora a neve ao raio de sol
O breu à vela
O luto ao sorriso.
De nada serve chorar
Se adiantasse, de lágrimas seriam feitos
Os rios e lagos,
Somente chuva haveria, pranto dos céus.
Lamentos de santos e deuses
Soluços de anjos e ninfas
Só alegradas pelos acordes
Dos fios de mui poderosa harpa
Tocando envolventes baladas
Inebriando todos os sentidos e, aos poucos,
Lapidando novamente o imo
Flamejando-o, dando-lhe pulso, energia restauradora.
Mais uma vez a esperança,
A crença numa eventual generosidade do destino
Esse mesmo, de espírito ladino
Serelepe feito menino
Traiçoeiro tal qual a ação de um lupino
Deixando uma alma à deriva
Num mundo lupino, menino, ladino
Sozinha...
quarta-feira, 20 de maio de 2009
escrito em 2000, publicado n'A Patada em 23 de novembro de 2003
A solução é fugir
largar tudo e ir embora
descuidar de quem te ignora
tomar um porre e morrer de cirrose
martirizar-se para que se goze
calar a boca fechada do mundo
talhar na pele um corte profundo
detonar tudo o que é dos ianques
desenhar flores nos tanques
levar uma criança ao parlamento
deliciar-se com o amargo do tormento
abrir uma porta para o nada
tocar roquenrou para uma fada
pular na lua até chegar ao sol
alisar tigre até virar caracol
psicografar um poema inerte
insistir no erro a fim de que acerte
rabiscar de negro o rubro do ocaso
mergulhar de cabeça num lago raso
achar graça na lágrima da viúva
deitar-se nu num ninho de saúva
esquecer-se de que se deve lembrar
lembrar-se de que se tem que parar
parar de crescer para deixar de perceber
que o feito não é perfeito como queria ver
e descobrir enfim que a solução
é insolúvel a quem é são
e que minha vida é a de um imbecil infantil continuando a acreditar
que Deus existe e que dará um jeito de acabar com o homem e nos salvar.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
versos livres e cinzas
escrito em 1999, publicado n'A Patada em 24 de outubro de 2003
Sob a lua lírica, crescente
mingua a alegria de amar
amaro desejo de tocar
e beijar a ninfa
que a outro pertence.
Antes fosse um outro qualquer
mas é justo;
injusto o coração
de encontro à razão
sofrimento pelo correto
erro do destino
joguete da vida
engano do cupido, esse estúpido:
tira essa venda dos olhos
e prevê os danos que irás causar
à alma de um mero sonhador
corroída escondido.
Ele sorri, tenta disfarçar
Os olhos, porém, se inundam
ao som de melodias-cicatrizes
jamais esquecidas.
Como dói sofrer calado!
Dor menor que se somada
às dores por todos os sós lamentadas.
Que sejas tão feliz
quanto seria eu
em teu lugar
E que a faças imensamente mais feliz
do que poderia eu
com meu esforço maior.
Silêncio, vou dormir.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Ampulheta
Pego-me contando os segundos
e quando termino
ainda não passaram
Cheguei primeiro
e tenho que esperar
Adiante
Puxo, empurro
peço
procuro persuadir
Inexorável
segue sua cadência
Ensina
Cicatriza
feridas
amores
dores
Cura
Enruga
Devora
Não volta
não avança
não voa
vagaroso
apenas
sem parar
pisa
passa
Só passa
- não adianta, não passa
sábado, 8 de março de 2008
Fíbula
Agarrados erguiam
a casca fragrante
em relação febril
a flauta tuberculosa
e seu destoante gancho
galgando a garganta
com um fio atravessado.
Só respirava ruídos
incoerentes e roucos.
E num sopro brusco - basta!
arrebentou a corda retesada.
A cravelha estourou em mariposa
e alçou louco vôo.
Das primeiras asas
selou o instrumento
sua nova noiva
que não estrangula
apenas suspende
pelas hastes suas vestes.
Enlaça, abraça, envolve e - traiçoeira!
cega o patricida tebano.
Joelhos ao chão
jazem juntas
assim como fazem
os ossos primos próximos.
a casca fragrante
em relação febril
a flauta tuberculosa
e seu destoante gancho
galgando a garganta
com um fio atravessado.
Só respirava ruídos
incoerentes e roucos.
E num sopro brusco - basta!
arrebentou a corda retesada.
A cravelha estourou em mariposa
e alçou louco vôo.
Das primeiras asas
selou o instrumento
sua nova noiva
que não estrangula
apenas suspende
pelas hastes suas vestes.
Enlaça, abraça, envolve e - traiçoeira!
cega o patricida tebano.
Joelhos ao chão
jazem juntas
assim como fazem
os ossos primos próximos.
Versão musicada de "Fíbula" por Fabio Chui:
(não reparem o amadorismo da conversão de wav em avi)
(não reparem o amadorismo da conversão de wav em avi)
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