sábado, 8 de março de 2008

Fíbula

Agarrados erguiam
a casca fragrante
em relação febril
a flauta tuberculosa
e seu destoante gancho
galgando a garganta
com um fio atravessado.
Só respirava ruídos
incoerentes e roucos.

E num sopro brusco - basta!
arrebentou a corda retesada.
A cravelha estourou em mariposa
e alçou louco vôo.

Das primeiras asas
selou o instrumento
sua nova noiva
que não estrangula
apenas suspende
pelas hastes suas vestes.

Enlaça, abraça, envolve e - traiçoeira!
cega o patricida tebano.
Joelhos ao chão
jazem juntas
assim como fazem
os ossos primos próximos.



Versão musicada de "Fíbula" por Fabio Chui:

(não reparem o amadorismo da conversão de wav em avi)

2 comentários:

Lais de Queiroz disse...

Se eu entendi bem (ou é a bebida que anda destruindo meu bom senso), você fez um poema pra sua amada fíbula parafuseada?
Ai, ai... Literatos!

e... basta! (tô te plagiando)

beijo

Unknown disse...

Não exatamente pra minha fíbula.